segunda-feira

AMOR É LUCIDEZ

 Bianca Alves

Ando tão cansada de falar, ler, ser, AMOR

Mas do que falar, SOU, ESTOU, AMOR

Podia escrever um artigo sobre música, uma critica literária, um discurso político, um método cientifico, um conto policial, adoraria me entregar a outros amores, mas estou presa no AMOR
 No amor que de tão humano tocou o  divino
Que de tão grande perdeu a forma e não soube como  voltar pra casa, AMOR, o mesmo que inventou o ÓDIO  pra continuar com o teu nome na boca por mais tempo, com desculpas, brigas  infundadas, guerras frias, sem armas e distantes acordos de paz.
Vamos, acenda a luz e me olhe, amor é lucidez.
 No escuro eu te reinvento, te vejo perfeita, vamos, acenda a luz, olhe de perto, me ame assim, no claro, ame minhas novas rugas, mexa nos meus cabelos, conte os brancos, me ame assim, bem de perto, em zoom, vamos nos espantar, nos assustar com a gente, amor é lucidez.
 Passe a vida escutando minhas besteiras, minhas infantilidades, me ajuda a completar mais uma coleção de miniaturas, vamos ampliar as estantes dos livros, as palavras não cabem mais lá.
 Amor é lucidez, finja que já não escutou aquela minha história pela milésima vez, posso está empolgada, não interrompa minha emoção, esqueço rápido, tenha paciência.
Amor é lucidez, amor é lúdico, amor, tão intimo, tão estranho, tão meu, amor é lucidez, acenda a luz, me acenda com os dedos, com a sua língua profana, com os poemas que você nunca escreve...

sempre li nos seus olhos...
 Amor é lucidez.

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