Ando
tão cansada de falar, ler, ser, AMOR
Mas do
que falar, SOU, ESTOU, AMOR
Podia
escrever um artigo sobre música, uma critica literária, um discurso político,
um método cientifico, um conto policial, adoraria me entregar a outros amores,
mas estou presa no AMOR
No amor que de tão humano tocou o divino
Que de tão grande perdeu a forma e não
soube como voltar pra casa, AMOR, o
mesmo que inventou o ÓDIO pra continuar com o teu nome na boca por mais tempo, com
desculpas, brigas infundadas, guerras
frias, sem armas e distantes acordos de paz.
Vamos, acenda a luz e me olhe,
amor é lucidez.
No escuro eu te reinvento, te vejo perfeita, vamos, acenda a
luz, olhe de perto, me ame assim, no claro, ame minhas novas rugas, mexa nos
meus cabelos, conte os brancos, me ame assim, bem de perto, em zoom, vamos nos
espantar, nos assustar com a gente, amor é lucidez.
Passe a vida escutando minhas
besteiras, minhas infantilidades, me ajuda a completar mais uma coleção de
miniaturas, vamos ampliar as estantes dos livros, as palavras não cabem mais
lá.
Amor é lucidez, finja que já não
escutou aquela minha história pela milésima vez, posso está empolgada, não
interrompa minha emoção, esqueço rápido, tenha paciência.
Amor é lucidez, amor
é lúdico, amor, tão intimo, tão estranho, tão meu, amor é lucidez, acenda a
luz, me acenda com os dedos, com a sua língua profana, com os poemas que você nunca
escreve...
sempre
li nos seus olhos...
Amor é
lucidez.
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""Erótica é a alma""
Adélia Prado