sábado

Do amor e outros demônios

Bianca Alves

A intolerância ainda é reinante, na semana do dia 11 de setembro, 9 anos depois da tragédia televisionada, marcada principalmente pela força da imagem, já que em Hiroshima morreram 150 mil civis num teste militar americano e o holocausto levou a morte cerca de 6 milhões de judeus e seres que fugiam dos padrões da raça ariana (loiro, alto e puro) criada por um capricho de Hitler (pequeno, moreno e com uma descendência suspeita), é claro que não estou contabilizando perdas, não trabalho no censo e sinto a relevância e significância de cada perda, como diz um ditado sábio africano, “Quando um homem morre, é como se uma biblioteca inteira se incendiasse.”

Quantas obras perdemos, seres brilhantes, pensantes, homens bons?
Quantos ainda vamos perder em nome de Deus e de nossas crenças primitivas?
Quantos homens surgirão querendo queimar o livro sagrado de um povo?
Quantas mulheres serão julgadas, apedrejadas por amar o homem que o seu coração escolheu?
Quantas minas terrestres deceparão sonhos?
Quantas fronteiras imaginárias ainda separarão povos?
Quantos homossexuais serão expulsos de suas casas?
Até quando o negro terá que se afirmar pra ter papel principal?


Tantas perguntas soltas, pra poucas respostas, poucos mártires, na verdade eu não sei aonde andam os mártires, os novos prêmios Nobel da paz, estou presa numa literatura do passado, lendo Max, Che, Rosa Luxemburgo, voltando sempre para o Gabriel Garcia Marquez (minha inspiração literária tem 82 anos), não te falaria nada novo, nada recente, te contaria sobre os que já se foram de tão bons que eram, Clarice, Caio, Cecília, Borges, tantos, é preciso ter novas referências, novas inspirações, novos heróis, inventar uma nova música, uma nova arte, um novo conceito, derrubar as cercas da opinião alheia, dos críticos abitolados e dos pseudos intelectuais, faço essa explanação pra tentar entender a intolerância diante de tanta liberdade, de tantos meios de comunicação, de tanto acesso a tudo, meu, Deus, Shiva, Alá, Buda, Wicca, Cristo, cheguem mais perto dos seus e os tornem menos crueis em nome de vocês...

AMÉM 

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