Odeio me despedir do amor, refazer as malas e voltar, voltar pra lugar nenhum...
Se o amor é uma crença, uma ideologia, um templo onde faço minhas preces,
orações, onde me ajoelho e choro sem medo, onde mitifico o ser amado, onde levo minhas flores, onde planto meus jardins de sonhos, onde lavo seus pés, seus pés, onde andam seus pés, como imaginar teus passos longe dos meus olhos, que terra estranha eles pisam, tocam, que te afastam de mim, agora, terra estrangeira.
Quero voltar pra mim, me reconhecer sozinha, me encantar de novo, quero reconhecer minha cama sem você, rasguei os lençóis, me desfiz daquele travesseiro, mudei a posição do quarto, formatei meu computador, deletei algumas fotos, outras escondi, emprestei seus livros, que não me devolvam mais,esses não, dei suas roupas para uma senhora que passou aqui em casa, me desfiz até dos meus perfumes, não era raro achá-los no teu corpo, pedaço de mim, proibi que falassem seu nome, que lembrassem da gente, de como a gente foi feliz, adorava nosso sorriso bobo, era público nosso amor escondido.
Foram tantas promessas silenciosas, planos malucos, a cor dos móveis da nossa casa, viagens, bares inexplorados, novas sensações, gostos, cheiros, passaria minha vida descobrindo novas formas de te tocar.
Mas, agora...
Eu só preciso saber pra onde voltar sem você.
Enfim um texto autoral.Já era sem tempo um registro público dos seus textos proclamados nas mesas sujas dos bares.Ei-lo...Espero que esse seja o primeiro de uma série infinita.Suas palavras são maná.Por favor, nos alimente...
ResponderExcluirGrande bj!!