Preciso chorar por nós, tenho medo, medo desse choro entalado preso entre o peito e a garganta, ando engolindo com dificuldade, existe uma
massa de tristeza que me impede o grito, sufoco, tenho refluxo, coloco a dor no lugar
dela e o sono me vence, me controlo, finjo renovar os passos, mas ainda espero mudanças,
mudanças sinceras, algumas te trazem pra bem perto, outras te afastam pra nunca
mais, tenho evitado pensar nas coisas que amo em você, quando posso escolher penso
no que nos distanciou dos nossos planos.
Lembro com pesar do seu guarda-roupas lotado e a sua dor
ao abri-lo me dói, o que fazer com tanta coisa, tanta coisa guardada pra
depois, me questiono, questiono nossa distância,ah, adorei aquele escorredor de
macarrão, sonhei com ele. Na confusão no meio desse enredo,
enrolado, a única coisa que eu sei é que continuo te amando com loucura, mas
isso não é segredo, isso é sagrado. O que fizemos com a gente? desejo outros
rumos, novas histórias, “mas quando penso em alguém só penso em você”, em breve
estarei em outros lábios, corpos e cabelos, é assim quando a vida continua, o
amor é a possibilidade que nos resta, somos experimentais, carnais, será normal
novos encantos, encabulamentos, encontros, dores novas, desejo dores novas, quero tanto ir embora, mas é tão difícil me despedir de você, quero te contar tanta coisa,
desempoeirar abraços, mas desconfio
que os seus braços não me comportam mais, o que resta, sweet love, é refluxo,
tristeza e tentativas desesperadas de engolir
esse amor, partes dele, numa antropofagia
romântica.
Espero que um dia você canse de sofrer pela mesma pessoa e olhe para o lado. Estou lá.
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