Estou partindo, amor, em partes, partida, parte de mim deseja ficar, mas ficar seria morrer, cansei de morrer por esse amor que sabe ser tudo, tomar conta de tudo e nunca soube,pode, teve a sorte de ser simples, tocável, te quero ao alcance das mãos, da boca.
Quero te encontrar na
esquina, na padaria, quero uma saudade de agora, logo mais, mais tarde, a
noitinha, quero o mesmo céu cuidando da gente, pensar que o avião que cortou as
nuvens passou agorinha na sua rua, quero lavar minha bicicleta no seu quintal,
sentar na porta e ir embora, se for embora, quando o silêncio tomar conta das
casas, não quero ser sua vizinha,mas quero ser tomada pela vontade de te ver e
atravessar quadras e quadras correndo, respirando fundo os lugares mapeados
pelo seu perfume, te encontrar e abraçar forte o seu corpo
esculpido pelas minhas mãos, risos, lembro que estou partindo, amor.
E essa é
só a última despedida que faço, que desejo fazer, quero tanto acreditar nela
que escrevo, no fundo eu quero que você me leia e saiba que eu ando tentando me
recuperar da sua ultima aparição, foram 4 dias, que edificaram e destruíram o meu ano, não te culpo, coube a você o papel
de amor da minha vida na minha vida, se eu pelo menos tivesse escolha.
É certo, amor, que seria você de novo.
É certo, amor ,que eu te amaria de novo e gravaria de novo os seus passos, o
cheiro dos seus cabelos e as pintas, todas elas, você me emoldurou na sua arte,
me pintou, me coloriu, modelou minhas covinhas e me ensinou a amar como gente grande.
E eu não sei me despedir de você, eu não sei,
preciso começar a achar esse amor feio, preciso destacar nossos erros, talvez
listá-los, preciso lembrar porque eu fui embora, preciso contar com a distância , ela deveria me separar de
você, são 435 km, 7 horas e nada de você ficar longe e nada de você ficar perto.
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""Erótica é a alma""
Adélia Prado