domingo

O muro

Bianca Alves

O mundo viu pela TV o momento em que o muro caiu
E acreditou numa Alemanha reunificada e num mundo melhor
Estavamos assistindo o fim das diferenças, dos eixos e dos discursos, nada de esquerda e direita e ilhas com heróis revolucionários.
A queda do muro simbolizou o fim dos blocos e dos lideres egocêntricos.

A história do homem começava a ser recontada por meio de novos valores e velhas soluções

Sim, uma nova geração nascia, crescia e se reinventava fazendo música, poesia e sexo sem culpa, surgia uma juventude sem discursos, bandeiras, sem compromisso com outro, seres estéticos, plásticos e uniformes, nossos novos herdeiros reergueram um novo muro, o muro do descompromisso, do desapego, do tô nem ai, o muro do indivíduo (aquele que não se importa com você), que faz de sua casa um presídio por medo do vizinho, do invejoso, do faminto, da polícia e do ladrão.

O muro é silencioso e alto, por ser imaginário ele engana nossas crenças e palavras como preconceito, racismo e fascismo, parecem coisas em extinção

A geração que não gera nada, que se forma(de fôrma), copiando resenhas prontas do Google, que não se importa com a história dos seus pais, que exalta meninas anoréxicas, que mata por causa de um tênis, que expulsa uma colega da universidade(Unitaliban) por causa de um vestido, me causa medo, pavor.
Como derrubar um muro que não é ideológico, religioso, político, intelectual?
Parece absurdo o que vou dizer, é....



Tenho saudades do muro de Berlim

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