quarta-feira

Rabiscos de Caio

Caio Fernando Abreu Às vezes digo coisas ácidas e de alguma forma quero te fazer compreender que não é assim, que tenho um medo cada vez maior do que vou sentindo em todos esses meses, e não se soluciona, mas volto e volto sempre, então me invades outra vez com o mesmo jogo e embora supondo conhecer as regras, me deixo tomar inteiro por tuas estranhas liturgias, a compactuar com teus medos que não decifro, a aceitá-los como um cão faminto aceita um osso descarnado, essas migalhas que me vais jogando entre as palavras e os pratos vazios
(…) Tornarei sempre a voltar porque preciso desse osso, dos farelos que me têm alimentado ao longo deste tempo, e choro sempre quando os dias terminam porque sei que não nos procuraremos pelas noites, quando o meu perigo aumenta.

2 comentários:

  1. Anônimo9.7.09

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  2. Anônimo9.7.09

    O amor é tão universal que as palavras parecem que saem da nossa boca...e as situações e vivências se repetem e são comuns...e o amor se repete...
    Eu também tenho um osso que não largo.rsrs
    Lembrei de um ditado típico aqui do Rio Grande do Sul que diz: "Larga o osso,cachorro!" rsrs Largar o osso é muito racional em algumas vezes. Como se o amor fosse racional...Ou é racional?
    Racionalidade não é o que o ser humano busca para o seu bem-estar?Então,onde está a irracionalidade do amor?!Mesmo um amor difícil(não impossível)de ser vivido ou até um amor não correspondido, não faz bem ao coração? Não acredito que qualquer ser que emane essa energia do amor possa ser infeliz,independente do que o outro lado sinta.
    Beijos! Teu blog é lindo! Adoro os textos!

    Luanda.

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""Erótica é a alma""

Adélia Prado