sexta-feira

...

Caio Fernando Abreu
"Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos.
Ou "o que foi?" - perguntariam os complacentes.
Para estes últimos, quem sabe, escrevo.
E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada.
O que mais me deteve, do que pensei, era assim:
a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais.
Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a)
- mas a morte é inevitável, portanto normal.
Quando você perde alguém que você ama,
e esse amor - essa pessoa
- continua vivo(a),
há então uma morte anormal."

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""Erótica é a alma""

Adélia Prado