quarta-feira

Um amor em Natal


Nei Leandro de Castro

Um amor que me lesse poemas
quando meus olhos glaucomatosos
exigissem minutos de silêncio.
Um amor que me levasse às falésias de sol
e lá de cima,
tonto de anticrespúsculo,
me pedisse carícias duras.
Um amor que me escrevesse
trinta e uma vezes e mais trinta
toda vez que eu fugisse dos seus braços
para cumprir a penitência dos malditos.
Um amor que acompanhasse revoadas de santos
sobre a fortaleza, sobre o Potengi,
sobre o meu peito,
a partir do santuário do seu sexo.

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""Erótica é a alma""

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