segunda-feira

Trecho do livro: Pensar é Transgredir


Amor não deveria ser prisão ou dever, mas crescimento e libertação. Porem, se gostamos de alguma coisa ou de alguém, queremos que esteja sempre connosco. Perda e separação significam sofrimento, mas não o fim da vida e nem o fim de todos os afectos.
Certa vez entregaram-me um bilhete que dizia:
«Se tu amas alguém, deixa-o livre.»
(...)
O que mais identifica um par é o clima que circula entre ambos alem de palavras e gestos.
A palavra «liberdade» devia de ser a mais presente, porem é a mais convidada a afastar-se discretamente e permitir que em seu lugar assuma um comando a alguma subalterna: tolerância, resignação, doação adaptação. Rodando o fosso do castelo, a vilã de todas: a culpa.
Quem deixou sobre a minha mesa um bilhete dizendo «se tu amas alguém, deixa-o livre» sabia das coisas, portanto sabia também o desafio que me lançava. No mundo das palavras há tantos artificios quantas são as nossas contradições.
Por isso, conviver é tramar (...),largar , ter, perder e nunca definitivamente entender o que - se fossemos um pouco sábios - deveríamos fazer."

Lya Luft, Pensar é Transgredir

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Adélia Prado