segunda-feira

Das nuvens e outras visões

Virginia M. Machado


De onde vejo o mundo,
As nuvens
são guardiãs da terra.
Às vezes estão sorrindo
e dançando.
Às vezes chovem.

De onde vejo,
As ondas do mar
lembram
O tempo infindo
aos homens visitantes,
Os admirados.

De onde vejo o mundo,
o mar é verbo transitivo,
Conjugável no movimento
de nossas vidas.
Tolos, nem reparamos.

De onde vejo,
As gaivotas vêm à beira mar
nos dizer
Que não somos donos
do lugar.

De onde vejo o mundo,
as montanhas são grandes seios,
Se excitam ao toque do céu,
se aquecem ao sol
E se enlouquecem com os temporais,
pra lembrar
Aos homens que a terra
é mãe.

De onde vejo o mundo,
os homens
são meninos
Querendo brincar
de Humanidade.
Brincam e brigam
o tempo todo,
Só pra definirem
as regras do jogo.

De onde vejo,
As crianças
são sábias
que deformamos
Pra não sermos
dominados pela beleza
de crescer.

De onde vejo o mundo,
os dias amanhecem sempre
Pra termos outra chance
de felicidade
E de compartilharmos
essa alegria.
De onde vejo,
há esperança
De se perceber mais
o que não tem palavras,
De nos perdermos mais
de nós mesmos,
Pra sermos encontrados
pela vida...

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