sábado

Conjugação Da Ausente

Vinicius de Moraes
Tua graça caminha pela casa
Moves-te blindada em abstrações, como um T.
Trazes
A cabeça enterrada nos ombros qual escura
Rosa sem haste.
És tão profundamente
Que irrelevas as coisas, mesmo do pensamento.
A cadeira é cadeira e o quadro é quadro
Porque te participam.
Fora, o jardim
Modesto como tu, murcha em antúrios
A tua ausência.
As folhas te outonam, a grama te
Quer.
És vegetal, amiga...Amiga!
direi baixo o teu nome
Não ao rádio ou ao espelho, mas à porta
Que te emoldura, fatigada, e ao
Corredor que pára
Para te andar, adunca, inutilmente
Rápida.
Vazia a casa
Raios, no entanto, desse olhar sobejo
Oblíquos cristalizam tua ausência.
Vejo-te em cada prisma, refletindo
Diagonalmente a múltipla esperança
E te amo, te venero, te idolatro
Numa perplexidade de criança.

Um comentário:

  1. Anônimo28.2.09

    Bom...
    O que posso dizer?!
    Eu simplesmente ADOREI o teu espaço...vc tem um bom gosto,e é tão intensa! Adorei!!!
    Sem falar q ouço á rádio todas as quintas...amo de paixão!!!!

    Estarei á espera de tua visita!!
    =)

    Bjux

    Paz e Luz

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""Erótica é a alma""

Adélia Prado