Vinícius de Moraes
Não te amo como uma criança, nem
como um homem e nem como um mendigo,
amo-te como se ama todo o bem
que o grande mal da vida traz consigo.
Não é nem pela calma que me vem
de amar, nem pela glória do perigo
que me vem de te amar, que te amo;
digo antes que por te amar não sou ninguém.
Amo-te pelo que és, pequena e doce
pela infinita inércia que me trouxe
a culpa de te amar - soubesse eu ver
através tua carne defendida
que sou triste demais para esta vida
e que és pura demais para sofrer.
Não te amo como uma criança, nem
como um homem e nem como um mendigo,
amo-te como se ama todo o bem
que o grande mal da vida traz consigo.
Não é nem pela calma que me vem
de amar, nem pela glória do perigo
que me vem de te amar, que te amo;
digo antes que por te amar não sou ninguém.
Amo-te pelo que és, pequena e doce
pela infinita inércia que me trouxe
a culpa de te amar - soubesse eu ver
através tua carne defendida
que sou triste demais para esta vida
e que és pura demais para sofrer.
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